segunda-feira, 5 de abril de 2010

São Jorge de Ilhéus


Chegara o tão esperado dia, malas prontas e revisadas, ansiedade mantida controlada, cedinho nos encaminhamos ao aeroporto. A luz com que Porto Alegre nos desejou boa viagem era deslumbrante, um sinal de que nossa aventura seria perfeita.

Camile se mostrou a melhor companheira de viagem que alguém poderia ter. Tranquila, bom astral e pronta pro que der e vier, apesar do nervosismo da parte aérea nos divertimos muito, nos horrorizamos com Congonhas onde compramos a Coca Cola mais cara do planeta, rimos de nossa inexperiência, nossa ânsia em fotografar tudo, de nossa curiosidade sobre nosso destino.

A primeira impressão de Ilhéus foi que havíamos entrado num forno quase esgotado de oxigênio, nosso motorista nos recepcionou e nos levou ao hotel em que passaríamos 7 dias de êxtase e felicidade. No caminho nos foi mostrando os locais e nos dando dicas do que fazer na Cidade> Pequena, pacata e paradisíaca Ilhéus.

Num primeiro momento estranhamos que nosso hotel ficasse tão afastado da Cidade, queríamos festas e orgias... E nos encontrávamos numa praia deserta, cercada de rochas e coqueiros, sem vista de uma casa sequer. Era o que nós achávamos. Descobrimos um idílico paraíso, com uma praia particular de águas mornas, paisagens deslumbrantes e muito, muito a descobrir.

A piscina nos chamava para um mergulho, convite mais do que aceito para atenuar o calor e o cansaço que sentíamos e assim ficamos até entrar a noite mais estrelada que meus olhos já viram.


 

A festa Labiata and Blue


Para minha volta a Florianópolis contatei meu amigo Blue, para ver se ele estava a fim de passar uns dias lá na Ilha Mágica como ele se refere só me impôs uma condição que se desvendaria em uma deliciosa noite. Ele levaria meu carro desde que eu comparecesse a uma festa com ele e com sua namorada. Convites aceitos no ato. Passamos o dia a combinar os detalhes e as providências a serem tomadas. Uma nova lingerie, uma produção mais sexy estava ponta para minha estréia no mundo liberal dessa Porto Alegre tão misteriosa. Pontualmente ele chega e demonstra todo seu carinho e saudades pelos anos que estivemos longe um do outro. Fomos pegar Angélica e encontrar o resto do grupo que em caravana iria se afastar da cidade em um recanto paradisíaco e afrodisíaco.

Como toda iniciação, tudo é cercado de muito interesse, ansiedade, curiosidade pelo que vem pela frente, rostos, corpos, bocas tudo atentamente filmado na retina e enviado aos centros de prazer.

Um sítio, muita mata, uma casa, bebidas e descontração. Grupos aqui, outros mais adiante, casais conversam. Procuro achar meu ponto de equilíbrio naquela situação, vendo dois solteiros perto da mesa de sinuca, os convido para jogar, chamamos mais um rapaz e fomos para a mesa de sinuca. Não jogo nada, mal sei pegar no taco, aviso meus parceiros desta minha deficiência o que para eles não importa nada. Calça jeans justa, salto e posições provocantes e a sinuca é uma mera desculpa pro flerte aberto e permitido.

A partir desse momento vi que eu era o delicioso glacê daquele bolo todo, era a estrangeira, a ruiva, e todos queriam saber que eu havia vindo. E eu havia vindo com tudo, decidira que nessas férias iria experimentar todos os sabores que me fossem oferecidos pela vida, e não dispensaria este nem em meus piores pesadelos.

Fui muito amada nessa noite e chamada de Princesa ao fim dela, espero que todos meus súditos tenham se sentido tão feliz como eu. 


E segui livre muitos caminhos
Areando terras provando vinhos
De ter idéias de liberdade,
De ver amor em todas idades.

Nas ruas de Porto Alegre


Embora quisesse fazer deste, um diário de viagem, o que aconteceu neste período foi tão intenso e prazeroso, que eu só tinha tempo de ser feliz, e assim eu fiz. Também desejara escrever no calor do momento, não perdendo assim nenhum detalhe, nenhuma nuance ou mesmo os óbvios cotidianos que nos rondam... Não me foi possível. Então tentarei lhes passar minhas impressões ainda tão vivas e intactas em mim.

Cheguei a Porto Alegre em final de tarde quente e cinza, um cinza que também me vazia falta, pois ele esteve presente em quase toda minha existência, uma cinzenta tarde que não tirava o encantamento da cidade, com seu verde contrastante e seu casario. Mas minha grande impressão dessa etapa da viagem foi dirigir pela minha cidade, ter outros olhos para o meu cotidiano de pedestre e carona. Suasn largas avenidas arborarizadas, trânsito caótico e ordenado de uma grande cidade. É uma delícia dirigir por Porto Alegre, irritante é se perder nela, mas como toda perdição, por vezes nos absolve quando não nos condena.

Combinei uma noitada com Betina, amiga pra todas as indiadas, iriamos a um aniversário e depois cair na night. Resolvemos dar uma volta por Porto Alegre, começando pela boemia Cidade Baixa, que por muitos anos foi o palco onde brilhei e cresci de fato, o charme dos bares da Lima e Silva, os alternativos da Zé do Patrocínio e a muvuca que se transformara a João Alfredo, onde parecia que estávamos em pleno carnaval fora de época. Resolvemos estacionar e percorrer a pé por aquela multidão que tomava as ruas. Sem entender direito que festa era aquela, entramos no primeiro bar que achamos um pouco menos lotado para tomar uma ceva e colocar o papo em dia. Mas o cansaço da viagem, aliado as expectativas do próximo dia, fez com que nossa noite não se estendesse como de praxe. Dirigimos mais um pouco por Porto e nos despedimos felizes por mais um feliz encontro.


Há muito tempo que ando
Nas ruas de um porto não muito alegre
E que, no entanto me traz encantos

 


sexta-feira, 12 de março de 2010

Começo de tudo ...




Começo aqui o que será o registro de minha viagem de férias, a primeira viagem de fato e efeito, aquela que me encontrará mulher, dona da minha vida, meu destino, meu corpo e vontades.

Saímos cedo de Santa Catarina, como ainda não tenho o traquejo necessário para encarar uma estrada como a BR 101, convidei um amigo para nos acompanhar e claro, assumir a direção do "Valente", convite aceito no ato, pois ele estava indo passar uma temporada na Austrália e queria se despedir dos amigos que deixara no sul.

A viagem corre tranqüila, ele é um baita motorista, tanto que nem minha mãe que nos acompanha e me impede de assediar o gato, reclamou de nada.

O papo rola solto na viagem, passando por política, filmes, livros, filmes, namoros e casamentos, num clima descontraído que fez a viagem ser rápida e nada cansativa.

Estamos quase chegando ao nosso 1º destino – Porto Alegre – descobrimos que éramos vizinhos em 18 anos que moramos na cidade, apesar de nunca termos nos visto, que pena, pois realmente ele é um Gato bem querido.

segunda-feira, 8 de março de 2010

O Narrador sai de cena, a palavra de Alice


Alice estava ansiosa, faltavam pouco mais de dois dias para suas tão ansiadas férias. Tinha milhões de coisas a providenciar antes e o tempo urgia.

Mas o que mais lhe tirava o sono era um problema grave herdado do seu último casamento e que demandava uma atenção especial, tirando um pouco do brilho dessa espera.

Em meio a essa turbulência, os planos seguiam a todo vapor, já estava de posse das passagens aéreas, voucher de hotel e a Bahia já lhe esperava de braços abertos como um Cristo receptivo.

O que esperar dessa viagem? Era uma incógnita para a nossa amiga, e isso mais a excitava. Se por um lado tinha poucas ou nenhuma expectativa quanto ao que encontraria por lá, por outro estava aberta e pronta para o que der e vier, e estava tranqüila para curtir o que seria sua primeira grande viagem de férias.

Sua excitação gritava aos olhos, fazia seu corpo se arrepiar e fazia também com que o tempo ora se arrastasse, ora voasse loucamente.

Mas no momento teria que ater-se as providências que teria que tomar.

O jantar de despedida que ela estava programando fecharia com chave de ouro esse enlouquecido período, malas, salão de beleza pros últimos ajustes na figura, sua saída da cidade, um final de semana em Porto Alegre onde reveria amigos e que prometia altas e muitas festas, mas principalmente ficar bem longe de Angel por 20 dias, sem vê-lo, lê-lo ou sabê-lo. O embarque pra Bahia, um mundo novo que se descortinaria a sua frente, novas culturas, tudo a deixavam vibrando como uma corda nova de guitarra.

Toda essa movimentação fez com que Alice resolvesse escrever um Diário de Bordo, não queria perder no frágil fio da memória nada de suas impressões, queria deixar marcado para sempre essa que seria a primeira grade aventura, de muitas – pensava ela.

A partir desse momento, saio de cena para que Alice conte essa história

"Hasta La vista"


 

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

In Saudade




Eram 3h30 da manhã, Alice chegara a pouco em casa, depois do que seria o encerramento dos festejos de carnaval, muita praia, festas e bebedeiras era um resumão do que tinha sido seus dias de descanso (?).

Sem sono e com um sentimento grande de vazio, ela começa a meditar sobre esses dez dias de Momo. Aproveitara a "lote", conhecera muitas pessoas, lugares, dera muitas risadas, também chorara... começou lindas amizades, perdeu contato com seu Angel, estava cansada, pois a maratona física fora extenuante. Tudo certo, "maktub", pensa ela. Mas mesmo assim ela não se convence e continua com aquela sensação de quando esquecemos algo ao sairmos de casa, e que sempre se revela verdadeira. Alice passa a sentir, somente sentir a si mesma, tentando obter suas respostas. Ela gosta tanto de saber a verdade de outros e tanta vez esquece-se de ouvir as suas.

Ela se sente sozinha e não por falta de pessoas a sua volta, amigos queridos, propostas tentadoras, praticamente todas preteridas por ela. Seu vazio era sua própria insatisfação pois que, passavam dias, semanas e ela ainda não conseguira esquecer seu Angel. Todo dia acontecia um fato que fazia com que Alice voltasse no tempo e recordasse algum momento seu e dele, não foram tantos assim, mas de alguma forma deixaram marcas indissolúveis nela. Na praia ao passar protetor lembrou-se das mãos dele no seu corpo quando ela o seqüestrou pela primeira vez, resultando lágrimas em uma linda tarde no Campeche e uma bebedeira. Numa boate que queriam conhecer juntos ela o procurou em todos os homens presentes, quando desistiu de sua vã procura, uma mulher entra na sala em que estavam, gritando o nome de seu Angel, acabando logo cedo com sua noite, No aniversário de um dos poucos amigos em comum que conheceram, revendo fotos antigas na máquina de Rita, está lá estampada a energia do primeiro encontro, e a descoberta de que um novo amigo também o conhecia. Fora isso, seu primeiro e último pensamento do dia eram pra ele. Isso a estava deixando louca.

Ela não agüentava mais essa tortura, essa tristeza, essa falta que ele fazia. Não lhe apetecia outros homens, outras bocas ou outros sexos, bem que ela tentou, mas as poucas vezes que conseguiu ir adiante foram uma forma de alimentar a Loba dentro dela, mas a deixavam mais insatisfeita ainda, e ela acabara desistindo dessa busca. Ela queria mais, queria corpo e espírito, queria um corpo em específico, queria uma alma distinta que tanto adorava... Queria Angel, um Angel livre, com suas próprias asas, voltando para os braços de sua amada, como na música da Blitz. Mas isso não era mais possível, e se por um lado uma vozinha dizia "tudo é possível" outra retrucava... "algumas mágoas tornam impossíveis". Enquanto uma sussurrava "acredite" a outra gritava:

VOCÊ PRECISA DORMIR!!! E aborrecida lhe aconselha: Chega de lamentações. "maktub", reflita! É uma questão de tempo, saiba que isso vai passar, tudo é muito recente, mas ao mesmo tempo é tão definitivo. Pensa que Cronos mais uma vez lhe pede paciência e lhe mostra que já são 4h30 da manhã de um dia longo de trabalho.


 

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís de Camões

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A óbvia arte da... curiosidade!


Alice já passara da fase do chororô, queria novamente respostas. As que tinha já não lhe bastavam e, os sinais cheios de interferências que Angel mandava, ela não conseguia traduzir.

Depois de mais uma noite solitária, cheia de excitação e saudade ela teve a brilhante idéia de como conseguiria extrair respostas aos seus mais íntimos questionamentos.

Qual o sentimento? Quais as intenções? A que ponto havia certo envolvimento e cumplicidade nessa relação (?).

Acordou com um plano pronto na sua cabeça, como se houvesse sido planejado em sonho. Armou-se de informações, pistas e provas. Como Alice, certamente ela não conseguiria extrair nenhuma informação diretamente dele, amigos em comum, poucos tinham e, não eram pessoas mais indicadas para isso.

Criou a criatura, linda, inteligente, gostosa com lindos olhos azuis e um sorriso deslumbrante. Jogou a isca para que Angel já de inicio mostrasse suas garras. Seu único medo era denunciar-se na forma de escrever ou expressar sentimentos e vontades. 
Mas, como prevera, em dois dias veio à resposta. Ele ficara interessadíssimo naquela princesa, tão ansiosa por contatos em Florianópolis para, juntos, fazerem uma ótima folia de momo. Junto com a resposta veio em anexo um álbum de fotos reveladoras, fotos que Alice conhecia bem, pois muitas delas fora a sua visão do objeto amado.

Próximo passo? Um email apresentando Millye e algumas poucas fotos. Resposta instantanea de Angel, mais encantado ainda. Trocaram MSN, o que facilitaria o contato. Papo vai, papo vem... Alice conseguia aos poucos descobrir mais coisas a respeito de Angel do que nos meses que estiveram juntos. Sobre ela foi fácil, só uma especulação breve e ele abriu o jogo. Se dizendo muito chateado, pois Alice além de não ter acreditado nele, ainda aprontou com outros amigos, numa noite que seria a especial entre os dois, cavando desse modo o poço que já era fundo, num buraco sem fundo.

Mas o golpe final, para Alice, foi quando ele começou a contar particularidades sobre os dois, o que eles faziam, do que ela gostava, intimidades que assim como ele partilhara com a estranha, poderia partilhar com qualquer pessoa que tocasse nesses assuntos. Não bastassem as revelações, outro email ele mandara, recheados de fotos dos dois juntos em momentos íntimos, fotos que para Alice tinham certo peso amoroso, visto que eram momentos únicos que partilharam.

Aquele descaso deixou Alice triste e com raiva e, a curiosidade transformou-se em vingança. Apesar de saber que tinha que parar por aí, senão as coisas poderiam ficar perigosas, continuou com o plano. Marcou encontro, pegou telefone, atiçou o seu Angel para outra. 
Mas ela sabia que era ela ali, que fazia as propostas, que incitava a curiosidade, que o mantinha preso na armadilha, ela sabia como fazê-lo, conhecia seu Angel, só não imaginava que o ego e a ingenuidade do seu amado, não o deixariam ver que tinha tanto de Alice naqueles diálogos, na sua insistência em conhecer Alice, na sua vontade dele.

Ante toda a insistência de Millye, Angel resolvera entrar em contato com Alice, propondo que os três saíssem juntos, contou que havia uma mineirinha que adoraria conhecê-los e ter alguns momentos sensuais e agradáveis com eles. Já sabendo de toda história Alice especulou com ele sobre o que ela sabia sobre ela, como chegara até ali e principalmente o que ele falara para a menina. No ato Angel dissimulou e disse que nada falara e que ela não sabia nada sobre Alice. 
Nesse momento acabara toda e qualquer esperança que Alice tinha sobre Angel e de seu envolvimento com ela. Recusou o convite de sair e ainda de quebra inventou mais um amigo em comum que a levaria até Millye caso ela mesma, quisesse mesmo conhecer a mineirinha.

Pouco tempo, ainda com a raiva fervendo dentro dela, Alice entrou em contato com Angel, pedindo explicações do porquê ele havia mandado tantas fotos dela para essa menina que ela nem conhecera e com que motivo havia feito comentários tão íntimos com essa pessoa que nem ele conhecia. Resposta prontamente recebida com mil pedidos de desculpa, a promessa de que suas fotos seriam deletadas para não haver mais risco de que isso acontecesse de novo. Ratificava o carinho que sentia por Alice de forma tão integra, mas ao mesmo tempo tão distante.

Alice ficara pensando, será que os homens imaginavam que mesmo para uma mulher madura como ela, que gostava de sexo e não tinha medo nem vergonha disso, não existia sentimento, mesmo que ela não estivesse apaixonada, uma mulher assim não pode sentir e magoar-se? Essa pergunta pairava no ar, para Alice o bom sexo tinha que ter envolvimento entre as pessoas, tinha que haver uma empatia e sintonia especiais para que o momento também assim o fosse, e que sexo por sexo, já não era o que importava. Mas Angel estava começando a descobrir a vida, e não queria perder uma gota desse néctar que se apresentara para ele sobre todas as formas de prazer. Embora isso fosse sabido, talvez a cegueira da paixão não deixou Alice ver ou perceber isso.

Mas esse jogo já era quase findo, já tinha as respostas que tanto buscava, já sabia que para Angel, ela era só mais uma carne exposta pronta pro abate. Ele realmente cumprira a promessa, todas as fotos em que ela aparecia foram deletadas, rastros apagados e ela não existia mais na vida de Angel.

Arrependida, o convida para conversarem e colocassem os pingos nos "is" para que somente as boas lembranças, e essas sim eram deliciosas, ficassem intactas. Terminou sua mensagem dizendo que se ele não quisesse mais a ver, mandasse uma mensagem com a palavra "ESQUEÇA!" que ela entenderia a mensagem e nunca mais o procuraria. 
Angel já tinha outros planos e Alice não estava inclusa em nenhum, pelo menos sem que Millye estivesse presente. E embora ele não houvesse conseguido escrever a simples mensagem decifrada, a conversa foi adiada para depois dele se deleitar em noites de orgia e prazer. Alice ficara no ar, novamente... analisando sinais enviados e não compreendidos.
Essa conversa nunca aconteceria, ele voltara revoltadíssimo do carnaval, estava furioso com Alice e não queria contato mais algum. O que houve? Não se sabe, ou talvez esse relato de Alice seja o motivo de tudo. Para Alice ficara a lição de que em alguns casos, uma total sintonia sexual não era a garantia de um caso de amor.

 


 


 


 


 


 


 


 


 

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

MALVADO




"pois que ardor pecaminoso ateou a essa alma perdida
a fina, a doce ferida

que foi a flor do meu gozo"



[manuel bandeira]







Me algemaste novamente

E foste malvado

Como malvado era o silêncio

Que se impunha....



Me algemaste e me impunha

O prazer solitário

Me olhando com olhos malvados

Ordenou  "Goza minha safada"

me tocando intimamente...



O gozo que se impôs foi pleno

E ofereço-to meus líquidos

O néctar da flor do poeta

Para que bebas de mim

Em mim

Pra mim...

[sm]

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Alice e as paixões


A muito não se ouvia falar de Alice, andava ocupada com um grande projeto de trabalho e seus amores conturbados...

Tive notícias dela há pouco tempo por uma amiga comum, dizendo que Alice era outra pessoa, estava mais alegre, corajosa e estava encarando qualquer parada.

Fui atrás de noticias de nossa amiga e a encontrei, realmente com um brilho diferente nos olhos, naqueles olhos verdes que encantavam e hipnotizavam seus interlocutores. E não era pelas lágrimas que derramou enquanto desabafava. Era um brilho mais profundo, muito íntimo e peculiar.

Alice se apaixonara e chorava por amor, mas ao mesmo tempo ela sorria. Sorria ao lembrar-se de sorrisos, de travessuras, de um sexo perfeito, das indiadas, das poses e fotos e de um pequeno universo de coisas que conheceram e outras que faziam planos de conhecer. Era tão bom lembrar e reviver, que essa euforia a deixava intrigada.

Ela já conhecia essa história, a vivera a meia década atrás quando deixou o amor ir embora pela primeira vez. A história se repetia a sua frente e ela tendia a agir da mesma forma, apesar de saber, hoje, que não tomara a decisão certa há cinco anos.

As coincidências não paravam por aí, contara-me ela. Ambos eram muito mais jovens que ela, tinham lindos cabelos cacheados, ambos levaram bolos nos primeiros encontros... Ambos a amaram de forma inteira e particular. Para ela parecia que suas defesas já estavam atuando desde esse primeiro contato, em que relutava encontrar-se e mostrar-se a eles. Sempre que marcava, algum motivo ela achava pra não comparecer.

Depois que os conhecera entregara-se de tal forma que não os assustava... mas a si mesma.

Angel aparecera na sua vida num período em que Alice decidira que da vida só queria a curtição, nunca se sentira tão livre e dona de si e de seu corpo. Buscava os parceiros que queria na forma e conteúdo que imaginava, isso não lhe era difícil, fugia do amor e da paixão, então nada melhor que variar o cardápio. E nesse cinismo levava a vida, entre festas, camas e bebedeiras.

Na brincadeira resolvera conhecê-lo e o menino mostrou-se um homem inteiro, e ela não acreditava que esse homem poderia ser seu... Ela não tinha o que lhe oferecer a não ser seu corpo sempre receptivo a ele... depois disso só queria estar mais uma e mais uma vez com ele, e sucessivamente foram se entregando em meio a poses, fotos e poesias.

Mas ele continuava um menino, e queria outras experiências, outras vivências, e essa era a idéia que lhe rondava a cabeça, quando ele por algum motivo não lhe respondia as óbvias expectativas de uma mulher apaixonada, embora ainda não soubesse disso.

O medo crescia a cada silencio, a cada aventura, a cada passagem do tempo em que não o via, não o escutava ou não o lia em sua tela. E foram sucedendo-se os dias... E os silêncios insistiam em lhe dizer que o que estava acontecendo já não era uma simples curtição, que seu BB era um homem e que ela o queria mais que devia. Seu corpo sentia a dor do prazer distante, que lhe teimava em queimar o peito, o sexo e garganta.

E mais uma vez Alice apertara o SEND afastando todo aquele prazer de si. Doía sabê-lo longe, mas se agarrava a esperança de sofreria menos agora... antes de se entregar e magoar-se mais ainda.

Mas como queria aquele homem que se confundia em sua cabeça com aquele amor que deixara no passado e que trazia inteiro em sua alma.

Sua alma sorria as lembranças, seu corpo retesava a cada memória do toque, da boca e do cheiro... Ah! Como queria esse homem...

Mas ela apertara a tecla SEND e fugiu dessa paixão... Imaginando de como seria... Melhor nem pensar... Pensou ela





Primeiro foi a musica
a canção fez você sorrir,
e logo a primeira vista
o mundo girou pra mim.
E a paixão é loucura que passa, como um terremoto
com o tempo acalma.
Mas onde você esta?
Onde você esta?


Eu tentei acreditar
que sem você eu viveria.
mas assim o tempo para...
Cada segundo é um dia...
mas a paixão com o tempo passa
como o vento acalma
e ainda quero saber
como você esta?


O quê eu sinto não é de mentira ...
e agora tenho certeza que é pra toda vida...
pra toda vida... você pra toda vida....


Com tantos desencontros
sei que você não me esqueceu...
como seria a nossa vida e tudo aquilo que a gente não viveu
e a paixão é loucura que passa, como um terremoto,
com o tempo acalma,
o amor chegou pra ficar...


O quê eu sinto
não é de mentira
e agora tenho certeza que é pra toda vida....
pra toda vida... você pra toda vida....
O quê eu sinto não é de mentira...
e agora tenho certeza que é pra toda vida...
pra toda vida... pra toda vida...

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O encontro de Talestris e Leônidas








TALESTRIS RAINHA DAS AMAZONAS

Sua imagem me perseguiu 
devagarzinho tirei uma a uma tuas armaduras,

sorriste malvado pra mim e me seduziu soltando minhas amarras

e dissolvendo as amarguras

me viraste e me fizeste ver que minha obediência já era sua

me fez dissolver-me em líquidos quentes e fez me gritar... sou sua



LEÔNIDAS REI DE SPARTA

E abracei as escuras, te beijei ao máximo do meu êxtase 
fazendo nossos corpos se tornarem um só corpo. 
Vim deslizando por todo seu corpo descobrindo cada parte tímida sua. 
O suor era inevitável mais se evaporava antes mesmo de caírem. 
E minha boca esfacelada dos seus lábios quentes. 
Ardiam com vontade de quero mais.





Talestris e Leonidas

Já raiava o dia e os amantes não se cansavam

Entre abraços e carinhos

Novamente e mais se amavam

Descobriram que seus corpos se falavam

Muita mais que suas mentes imaginariam

Suas bocas achavam os pontos certos

Suas mãos tinham o toque ideal

Seus sexos se encaixavam

E seus líquidos eram doces aos lábios....










segunda-feira, 7 de dezembro de 2009


Vapor Barato


Oh, sim, eu estou tão cansado
Mas não pra dizer
Que eu não acredito mais em você
Com minhas calças vermelhas
Meu casaco de general
Cheio de anéis
Vou descendo por todas as ruas
E vou tomar aquele velho navio
Eu não preciso de muito dinheiro
Graças a deus
E não me importa, honey




Minha honey baby
Baby, honey baby
Oh, minha honey baby
Baby, honey baby
Oh, sim, eu estou tão cansado
Mas não pra dizer
Que eu tô indo embora
Talvez eu volte
Um dia eu volto
Mas eu quero esquecê-la, eu preciso
Oh, minha grande
Ah, minha pequena
Oh, minha grande obsessão
Oh, minha honey baby
Honey baby, honey baby, ah




Ando tão à flor da pele
Que qualquer beijo de novela me faz chorar
Ando tão à flor da pele
Que teu olhar flor na janela me faz morrer
Ando tão à flor da pele
Que meu desejo se confunde com a vontade de não ser (baby)
Ando tão à flor da pele
Que a minha pele tem o fogo do juízo final (honey baby)
Um barco sem porto sem rumo sem vela cavalo sem sela
Um bicho solto um cão sem dono um menino um bandido
Às vezes me preservo noutras suicido
Oh, minha honey baby


Ando tão à flor da pele
Que qualquer beijo de novela me faz chorar
Ando tão à flor da pele
Que teu olhar flor na janela me faz morrer
Ando tão à flor da pele
Que meu desejo se confunde com a vontade de não ser
Ando tão à flor da pele
Que a minha pele tem o fogo do juízo final
Oh, minha honey baby


Ando tão à flor da pele
Que qualquer beijo de novela me faz chorar
Ando tão à flor da pele
Que teu olhar flor na janela me faz morrer
Ando tão à flor da pele
Que meu desejo se confunde com a vontade de não ser
Ando tão à flor da pele
Que a minha pele tem o fogo do juízo final
Baby


Zeca Baleiro

domingo, 22 de novembro de 2009

Um lindo Anjo Negro




Alice se propusera, e sempre que isso acontecia, ela mergulhava de cabeça e ia até o fim.
Uma noite diferente de todas as vividas, era só o que ela queria, uma experiência inesquecível e principalmente para colocar a prova a nova Alice renascida.
Visual repaginado, dona do seu próprio destino, apesar de que sua alma ainda resistia a esse renascimento, ela decidiu sair, dar uma volta e acabar no bar dos seus amigos solidários que já a conheciam e inclusive já a salvaram de embaraços maiores.
Um banho relaxante, veste-se despretensiosamente e estranha a estranha que a mira no espelho. Exagerara no cabeleireiro, pensa ela, enquanto sorri com pesar para aquela Alice do outro lado do espelho. Pronta e satisfeita com o resultado, pega as chaves do seu "Valente" e segue pelas ruas da sua bucólica cidade adotada. Já há certo movimento da noite local. Essa sua primeira saída à deixa extremamente excitada e nesse astral entra no bar, irradiando uma energia extra ao lugar, ela não se apercebe disso, estava excitada demais.
Foi pro cantinho do bar, pediu uma cerveja, escutando a sofrível banda que se apresentava.
Alice se perguntava o que faz uma mulher, sozinha num bar, como deveria agir, como se portar, ela não tinha nem idéia. Beber estava fora dos planos, a banda não ajudava a levantar o astral. O que faço ?... Teimava ela
Ir embora? Ficar? Fazer o que ? Alice suspira, acende um cigarro, isso pelo menos, ocuparia suas mãos e seu pulmão, debochando dela mesma.
Pediu a Jorge, o garçom do bar, papel e caneta e pos-se a rabiscar bobagens no papel.
É quando um homem com seus 30 anos para ao se lado e lhe interroga:
- O q está fazendo?
- Escutando música, responde ela apontando pra banda.
- Digo isso, apontando pros seus rabiscos.
- Rabiscando bo... quando é interrompida por Jorge solicitando o pedido do rapaz.
- Campari e limão, derrete-se ele olhando Jorge. O que nos faz um olhar para o outro imediatamente.
Antes de sair do bar ele para nas minhas costas e diz:
- Diz pra ele que a rodela é bem fininha..., pede ele, que com a parada abrupta da banda, se faz ecoar pelo bar, fazendo com que nós tivéssemos que refrear uma gargalhada em alto e bom som.
- A noite começou bem, ela comenta com Jorge ainda as gargalhadas. É quando ela o vê entrar. Um anjo, lindo, alto, negro, parecia um ator de TV, sua postura, suas roupas, tudo denotava uma grande segurança e presença. Um lindo Anjo Negro.
Jorge o acompanha para uma mesa no deck, o que deixava Alice sem foco.
Mais um cigarro, um gole de cerveja e ela volta aos seus rabiscos. Um globo de luz começa a girar no bar agora sem musica, só as vozes e aquelas estrelas que insistem em piscar no chão negro e em pouco tempo já esquecera a visão que teve.
Tempo depois Jorge chega para lhe entregar um torpedo, dizendo que Alice era a mulher mais bonita do bar, e que ele e os amigos gostariam de pagar uma bebida para ela.
Rindo, ela olhou em volta e viu que só havia ela e mais umas duas garotas acompanhadas no bar, o que deixou a situação mais engraçada ainda.
Mas Jorge nem lhe dera tempo de responder o torpedo, pois ele já tinha a resposta pronta e já dita – De que se ele quisesse lhe pagar bebida que fosse até onde Alice estava e ali se conhecessem... Rindo os dois acordaram de que havia sido uma bela resposta.
Algum tempo após esse episódio, dois rapazes se aproximaram e Alice imaginara que teria partido de algum deles o bilhetinho. Um deles inclusive se apresenta e beija a mãe de Alice, mas não faz menção nenhuma em ficar ali com ela. Aliviada Alice volta pros seus rabiscos, quando sente que alguém a está encarando logo ali ao seu lado, era ele, o lindo Anjo Negro que ela havia visto entrar.
Senta-se ao seu lado e logo entabula uma conversa, ou um monólogo, porque Alice, não consegue o ouvir direito por causa do som alto da banda que desafiava tocar mais um pouco, e se conseguisse também ficaria calada... só o ouvindo, a noite toda.
Alice o convida para o deck, para que possam conversar de fato.
Ele não era da cidade, aliás, estava bem longe de casa, a trabalho e iria embora no outro dia, contou quase toda a sua vida longe dali, falaram de cinema, musica, sobre a cidade dele, sempre olho no olho, face to face. Em nenhum momento ele a deixou em dúvida quanto ao seu interesse, de como estava gostando daquele encontro e de quanto ele queria lhe beijar.
Alice estava com a mente num redemoinho, uma de suas proposições da noite era não se deixar levar e acabar na cama de um desconhecido que noutro dia iria ignorá-la completamente, estava ainda muito magoada pelos últimos acontecimentos e ela queria mudar isso. Mas ao mesmo tempo como resistir a um Lindo Anjo Negro e ele iria embora da cidade no outro dia.
Ela conseguiu se conter e quando havia menos freqüentadores no bar ainda, eles resolveram que já era à hora. Alice ofereceu uma carona até o seu hotel e ele aceitou no ato.
Apesar de Alice perceber que tudo nele era muito certinho, muito presumível arquitetado até, ela imaginou que o interesse nela era real, apesar do seu jeito conquistador.
Antes Alice o leva a um passeio de carro até a beira do mar, ela queria ficar mais um pouco com ele, mas ainda estava em dúvida em como essa noite iria terminar. Estacionou o carro e de frente para o mar ele a beija, um beijo delicioso, quente e macio, acabando no ato com todas as dúvidas de Alice e fazendo com que uma urgência antes não sentida a fizesse ligar o carro e o levar de volta.
Realmente tiveram uma excitante e prazerosa noite. Com fatos consumados no ato e muito carinho um pelo outro. Despediram-se com muitos beijos e ele lhe avisou que partiria dali a 11 horas e que ficaria muito feliz se ela fosse o encontrar antes para despedirem mais uma vez. Com um sorriso e mais uns beijos Alice se despediu do Anjo.
Acordou no outro dia com uma sensação de sonho bom, de estar inteira depois de uma experiência que ela não queria mais repetir e que a estava deixando oca.
Cronos nesse dia foi seu pior inimigo, enquanto as horas passavam e Alice arranjava mil e uma desculpas para ir e umas cem para não ir.
Ela não foi. Ficou em casa entocada vendo as horas partirem junto com o Anjo.

Nei Lisboa - Pra te lembrar


Que que eu vou fazer pra te esquecer?




Sempre que já nem me lembro


Lembras pra mim


Cada sonho teu me abraça ao acordar


Como um anjo lindo


Mais leve que o ar


Tão doce de olhar


Que nem um adeus pode apagar.






Que que eu vou fazer pra te deixar?


Sempre que eu apresso o passo


Passas por mim


E um silêncio teu me pede pra voltar


Ao te ver seguindo


Mais leve que o ar


Tão doce de olhar


Que nem um adeus pode apagar.






Cada sonho teu me abraça ao acordar


Como um anjo lindo


Mais leve que o ar


Tão doce de olhar


Que nem um adeus pode apagar






O quê que eu vou fazer pra te lembrar?


Como tantos que eu conheço


E esqueço de amar


Em que espelho teu


Sou eu que vou estar?


A te ver sorrindo


Mais leve que o ar


Tão doce de olhar


Que nem um adeus vai apagar.






Mais leve que o ar


Tão doce de olhar


Que nem um adeus vai apagar.

domingo, 15 de novembro de 2009

Claro, óbvio...um PA





Alice andava desencantada com o rumo da sua vida amorosa. Estava tão descrente e desconfiada e já não conseguia levar nada a lugar nenhum.
Algum tempo atrás, conversando com sua amiga Betina pelo MSN, ela lhe perguntou por que Alice não arrumava um PA? Que ela havia achado um e que agora não sabia viver sem, fazendo uma propaganda e tanto das sua utilidade e serventia. blá, blá, blá...
PA...? Que raios é isso, pensou Alice. Um novo tipo de vibrador ?...Uma nova droga?...Entre risadas, criaram anagramas especulativos, mas no final seu significado foi revelado.
Alice levara na brincadeira o assunto em um primeiro momento, mas quando a coisa começou a apertar e enquanto ela quisesse evitar um relacionamento, digamos mais sério, ela passa a reconsiderar a dica da amiga.
Começou a pensar nas alternativas e a montar o perfil de um PA satisfatório para ela.
Entrosamento era imprescindível, talvez um trabalhador braçal tosco, mas, cheiroso e bem cuidado, não precisava ser bonito e melhor que não o fosse mesmo, mas tinha uma coisa que era primordial, a disponibilidade, na vida corrida de Alice, com seus horários loucos, esse quesito tinha que ser bem analisado. Sem essas qualidades não seria um PA.
Foi quando Alice lembrou um tempo em que abastecia freqüentemente no mesmo posto de gasolina e como notara os olhares insistentes do bombeiro, mas na época estava apaixonada e não deu chance ao azar. Mas a roda gira e agora solteira e com tal desencanto em seu coração imediatamente o enquadrou.
No retorno de uma festa fez sua amiga parar no citado posto com a desculpa de comprar cigarros. Toda produzida e levemente embriagada, Alice lançou um olhar ao bombeiro que não deixava dúvidas de que ele era a bola da vez. Mas nenhum contato foi estabelecido, além desse.
Voltando de um churrasco com amigos, em que o ponto alto da festa havia sido o banho de uma chuva torrencial que se abatera, acabando com o encontro, num retorno divertido em uma velha Kombi, apelidada de Paz e Amor, devido sua escandalosa pintura anos 70. E, dessa forma, molhada da cabeça aos pés foi estabelecido um segundo contato com seu futuro PA, pois Paz e Amor quebrara bem em frente ao posto em que ele estava trabalhando, obrigando a todos se abrigarem nele.
O bombeiro ficou louco quando viu Alice daquele modo, toda encharcada e descomposta, ela ciente da reação que provocara se dispõe a pegar mais algumas cervejas pro grupo, atraindo o bombeiro para fora do foco de atenção dos amigos.
Plano posto em prova e com sucesso, ele se declara apaixonado desde o primeiro momento que a vira, Alice não esperava aquela reação e diante do rapaz... não sabia se caía na risada ou o levava a serio, optou pelo meio termo e simplesmente lhe sorri quando ele pede seu telefone e avisa entrará em contato.
O que não demoraria nem um dia. Como ele trabalhava a noite, os horários já não se sincronizavam direito, então em um sábado às 7h da manhã Alice o espera em sua casa, provocante e cheia de malicia.
Daí pra adiante encontros loucos eram o que tinham, em horários e locais não programados e, digamos, inusitados. Mas o item primordial para o PA não estava a contento e os encontros cada vez mais difíceis e os "bolos" que ele lhe dava, fizeram com que protagonizassem um tipo de jogo de gato e rato, onde ele a procurava insistentemente e ela não atendia as essas procuras, dezenas de chamadas não atendidas diariamente, mensagens no celular sem resposta era o que ele tinha. Só que isto ao invés de lhe afastar de Alice, fazia com que mais ele se instigasse com aquela mulher.
Estavam nessa há muitos meses, ele a querendo muito, mas não conseguindo preencher o quesito que ela determinara, ele não estava disponível ao estalar de dedos daquela mulher e ela já sem paciência para a indisponibilidade dele. Uma coisa ele sabia, ele a desejava muito em qualquer circunstância, uma coisa ela sabia, ele só perderia seu lugar no momento que ela se apaixonasse novamente e começasse uma nova história de amor.
Vida Longa ao PA pensava a Alice.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Uma aula e algo mais...


Alice percebera que há muito se deixava abater, e percebeu também que ou aprimorava seu lado caçadora ou deixaria partir aquele belo espécime que viera a ser seu instrutor nas aulas de apoio de direção veicular após três sucessivas e desgastantes reprovações no teste.
Como enfrentar essa espreitada ela ainda não sabia, só desejava a caça intensamente.
Negro com olhos lindos e carismáticos, um belo porte e um delicioso corpo moldado por roupas que pareciam ser feitas sob medida para mostrar e esconder o que havia sob elas.
Uma aula apenas era o que tinham, e esse único encontro bastou para que os hormônios de Alice corressem eletricamente por sua corrente sanguínea. Ela já não sabia se a adrenalina que sentia advinha do stress da prova iminente ou se era só pela simples presença daquele homem ao seu lado.
No dia da tão esperada da prova, Alice sentia suas carnes arderem, e um estranho sufocamento de ansiedade a consumia, pegou seu carro e seguiu para o local combinado, imaginando sua chegada a auto-escola, o encontro com o Marcelo, os dois sozinhos indo para o local da prova, ela levando o carro, com a desculpa de se familiarizar com o carro e para deixar a mostra seu par de coxas que ficava a mostra no vestido curto. A única coisa que já não pensava era na prova propriamente dita. Quando uma blitz policial lhe trouxe de volta a estrada pedindo sua máxima atenção. Ao chegar não avistou Marcelo e quando ele veio chamá-la, ela o achou mais lindo que na aula anterior, e para sua decepção, mais três pessoas os acompanhariam no trajeto. Perdera sua primeira chance.
Na hora do teste Alice soube que outro instrutor iria acompanha-los na prova, aquela notícia ao mesmo tempo a decepcionou, a aliviou, pois não sabia a reação da tensão da prova somada ao olhar de Marcelo em sua nuca. Perdera sua segunda chance.
Mas Marcelo era um ótimo instrutor, em uma aula somente, ele conseguiu com que Alice matasse o "Monstro da Embreagem" e ainda conseguira com que cada palavra, toque dado houvesse ficado gravado em sua memória, e o êxito foi absoluto, numa prova com 100% de aprovação Alice conquistara sua primeira Licença para Dirigir.
A caminho da volta, eis que Marcelo surge e os acompanha até onde Alice havia deixado seu carro. Despediram-se num abraço gostoso e foram cada um pro seu lado. Alice perdera sua terceira chance, mas sabia que não seria a última.




Koop Island Blue


Hello my love
It's getting cold on this island
I'm sad alone
I'm so sad on my own
The truth is
We were much too young
Now I'm looking for you
Or anyone like you

We said goodbye
With the smile on our faces
Now you're alone
You're so sad on your own
The truth is
We run out of time
Now you're looking for me
Or anyone like me

Na na na na…

Hello my love
It's getting cold on this island
I'm sad alone
I'm so sad on my own
The truth is
We were much too young
Now I'm looking for you
Or anyone like you




http://www.youtube.com/watch?v=bIcAALr-Zto&feature=player_embedded


Olá meu amor
Está ficando frio nesta ilha
Estou triste sozinho
Estou tão triste 

A verdade é
Nós éramos muito jovens
Agora eu estou olhando para você
Ou alguém como você

Nós dissemos adeus
Com o sorriso em nossos rostos
Agora você está sozinho
Você está tão triste por conta própria
A verdade é

Nós corremos para fora do tempo
Agora você está me procurando
Alguém que gosta de mim

Olá meu amor
Está ficando frio nesta ilha
Estou triste sozinho
Estou tão triste
A verdade é
Nós éramos muito jovens
Agora eu estou olhando para você
Ou alguém como você

sábado, 7 de novembro de 2009

A nada óbvia conquista do Dr. Galo






Alice não era bela por natureza, possuía alguns atributos que lhe conferiam certo ar de sedução e volúpia. O que lhe faltava em beleza sobrava em um mente vivaz e ligada em tudo o que acontecia ao seu redor. O meio digital era um universo sem fronteiras para ela e lhe proporcionava encontros mentais, criativos e imaginativos que lhe atraiam desde que se percebera mulher, e terminava em encontros que a forjariam fêmea.
Dr.Galo era um homem bonito, simpático e como já dizia seu nome, adorava uma galinhagem. Inteligente e conquistador usava flores e seu melhor sorriso para seduzir. O universo digital para ele era uma forma de afugentar a solidão e fazer conquistas... umas virtuais, outras bem pessoais.
Numa tarde morna de domingo, entre uma e outra piada sem graça do Faustão eles se encontraram na net. Despretensiosamente conversaram algumas horas e combinaram um encontro.
Para Alice a aventura já começou ao montar na moto dele... Já que não tinha intimidade nenhuma com esse veículo, mas ao qual adorou a sensação de liberdade e a paz de aproveitar essa liberdade sem ter que conversar ou dar atenção ao motorista.
Ambos abusaram do charme e foram se conquistando em seguidos encontros regados a vinho, ostras e doces... tudo ia muito bem, se divertiam juntos, riam, contavam histórias de tempos idos e programavam tempos a vir. Mas como todo relacionamento que começa no mundo paralelo, quando menos se espera esse mesmo universo virtual se encarrega de interferir , e agiu sobre os amantes.
Alice percebendo que era só mais uma das conquistas de Dr. Galo resolveu cortar o mal pela raiz e o único contato permitido era o telefone, meio mais direto e intimo, onde poderiam combinar os próximos passos e trocar mensagens que só a eles interessavam. De vez em quando até trocavam mensagens pelo site de relacionamentos ao qual se conheceram, Alice adora poesias e as musicas permeiam suas experiências e, ela não se furtava destas demonstrações de carinho e admiração. Postando-lhe Neruda, Alice Ruiz e músicas que lhe lembravam os momentos que passaram juntos.
Mas como toda mulher, Alice também gostava de mostrar suas conquistas as suas amigas, já curiosas em conhecer o tal Dr. Galo que monopolizava a atenção da amiga. Foi quando num desses passeios virtuais descobriu, sob os olhares das amigas, que todas aquelas mensagens carinhosas que havia mandado ao Dr. haviam sido apagadas, todo e qualquer rastro seu foi deletado daquelas páginas, enquanto que outros recados, até mais insinuantes que os seus mantinham-se intactos.
Aquela atitude incomodou Alice e estava longe de ser compreendida por ela. Como não era mulher de deixar passar em branco o que lhe incomodava, foi ao Dr.Galo perguntar o porquê desta exclusão.
Não obteve respostas, somente o silêncio, que depois de dois dias de espera já nem incomodava tanto, mas que deixou mais uma mancha de decepção em sua alma. Não conseguia entender porque não se podia demonstrar carinho entre amantes. Porque isso afastava ao invés de aproximar.
Agradecia a todos os Deuses por não ter se envolvido por demais, agradecia a sorte de ter descoberto esse lado ciscador do Dr. Galo, e agradecia a si mesma, por não esmorecer e ainda acreditar em poesia. Sabia que se deixasse de crer que poesia e romance andavam juntos, já não teria amor pra dar e muito menos a receber. Se Dr. Galo não conseguiu entender a alma de Alice, é porque não a merecia e não poderia amá-la como ela gostaria de ser amada.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Alice estava meditativa, previra dias difíceis e mudanças radicais em sua vida ali, logo na frente.
No trabalho a esperava um desafio de Hércules, em sua vida pessoal havia sofrido uma derrota que a deixara chateada e desmotivada.
Teria que encontrar forças para enfrentar esses tempos novos no seu estoque mais íntimo. A época exigia paciência, ponderação e humildade, sentimentos esses que faltavam nas suas relações, e com ela mesma exigia um exercício de vigilância consideráveis.
Temia que seu velho e conhecido instinto mais primitivo viesse à tona e colocasse tudo a perder... Sua pouca paciência seria posta a prova e o instinto de sobrevivência aliado a certo orgulho que Alice nutria, poderiam detonar emoções incontroláveis e inconvenientes.
Sabia que as mudanças não tardariam e que os resultados dessas mudanças dependiam de suas reações perante elas.
O que ela queria realmente, o que a motivava?... Eram inquietantes questões a serem respondidas. Se posicionar e se adaptar exigia uma sincronicidade e uma certeza interior que a levava a pesar suas escolhas, suas atitudes diante ao seu cotidiano não tão óbvio. Seu senso critico em contrapartida ao seu lado mais “porra loca” já a haviam colocado em verdadeiras sinucas mentais. E a situação pedia controle total...
Orai e Vigiai... já dizia o Mestre, e com essa máxima Alice, entoava um mantra esperando os acontecimentos, eles viriam com certeza, era só uma questão de tempo... Orai e vigiai Alice, oremos todos nós...

terça-feira, 22 de setembro de 2009



MULHER SEM RAZÃO

Saia desta vida de migalhas
Desses homens que te tratam
Como um vento que passou

Caia na realidade, fada
Olha bem na minha cara
Me confessa que gostou
Do meu papo bom
Do meu jeito são
Do meu sarro, do meu som
Dos meus toques pra você mudar

Mulher sem razão
Ouve o teu homem
Ouve o teu coração
Ao cair da tarde
Ouve aquela canção
Que não toca no rádio

Pára de fingir que não repara
Nas verdades que eu te falo
Dê um pouco de atenção

Parta, pegue um avião, reparta
Sonhar só não dá em nada
É uma festa na prisão

Nosso tempo é bom
E nem vemos de montão
Deixa eu te levar então
Pra onde eu sei que a gente vai brilhar

Mulher sem razão
Ouve o teu homem
Ouve o teu coração
Batendo travado
Por ninguém e por nada
Na escuridão do quarto

Ouve o teu coração
Ao cair da tarde
Ouve aquela canção
Que não toca no rádio

O encontro nada óbvio


René Magritte-Os Amantes 1928


Nada aconteceu como nos melhores prognósticos de Alice. Embora soubesse que estava lidando com outro tipo de homem daqueles a que estava acostumada a lidar e podemos até dizer, jogar, Raul era diferente, infinitamente diferente.

Depois de conversarem e trocarem e-mails que os instigava intelectualmente, em menos de uma semana partiram para o encontro.

Depois de alguns desencontros e atrasos estavam frente a frente, ela inquieta, toda produzida e excitada. Ele já meio alto e cansado das maratonas profissionais e sexuais da semana, não deixou transparecer em nenhum momento o que se passava na sua cabeça.

Dos planos que haviam traçado, só o sexo prometido, intenso e selvagem aconteceu. Embora Alice tentasse se convencer que era assim mesmo, que as promessas nem sempre são possíveis de se concretizarem, uma pontinha de decepção se instalou aí. E daí pra frente não conseguiu mais ficar a vontade, perdeu sua espontaneidade e criou uma leve barreira, que não permitia que ela se mostrasse de forma efetiva.

Raul era um cidadão do mundo, possuía uma vasta cultura, tão grande quanto seu círculo de namoradas e amantes. Lindo, descolado e incrivelmente charmoso, apesar de tratá-la com toda consideração e educação, não conseguia deixar transparecer nem seu agrado, nem seu desagrado. Ele era tudo que qualquer mulher pedira num homem, solteiro, inteligente, charmoso, culto e altamente sexual, mas ele não a emocionara. O que houvera entre os dois, foi um encontro entre macho e fêmea, onde, claro, houve alguma troca intelectual, mas basicamente foi um encontro de instintos.

Uma estranha sensação tomou conta de Alice, procurava respostas e não as encontrava. Não queria ficar só nas subjeções que lhe inquietavam, e a deixava mais confusa ainda, mas era só o que tinha.

Alice optou então, em tomar o caminho inverso a todos que já havia tomado. Decidiu pelo mais fácil, deixar as coisas acontecerem no seu próprio tempo, sem sua interferência, e para ela, deixar-se levar sem ditar regras e formas, era um exercício novo e intrigante.

Mais uma vez Alice se deparou com o nada óbvio cotidiano dos amantes. Onde todas as probabilidades apontam para um rumo e a vida os leva pra outro.

Desejo!
Nem sempre o óbvio para os amantes
é visto como algo previsível
As falas todas decoradas do amor
O brega é o exílio dos amantes
dois corpos com massa se atraem
na razão direta de suas massas

pequenasdosesdoreal.blogspot.com

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Adorei a descrição... sim Leo é um caçador nato... por isso é Leo
E se é Leo... não é ele que tece...
D.Aranha tece com esmero e cuidado, cerca, protege e alimenta, é essa a sua maior qualidade, mas com isso Leo não se transforma em sua vítima, Leo acabaria com a teia com uma patada só...ou um urro mais forte, bastaria querer.
Quanto a Gata, essa não se ilude, só foi passear em outros telhados, mais acessíveis e a sua disposição... quanto à solidão, gatos são assim... gostam de ser donos de si mesmos. E assim vão se conhecendo e aperfeiçoando seu faro. E quando sentem cheiro de perigo ficam espertos.
O ecossistema ficará bem melhor sem os miados, quanto às caças de Leo, essas nem uma Gata nem uma Aranha tem o poder de impedir.

Sorte !

Com a palavra D.Aranha

Não se preocupe com a jaula - o grande Leão, é livre, leve e solto! sempre faz o que quer e se não foi pra cama desta vez, ponderou - que não valeria a pena, como disse nesta data....outras virão...então recuperará, por que para o Leo, tudo é carne, ele precisa é de muita carne, já nem se importa com qualidade, uns anos pra cá, quer quantidade!!! e ofertas, nossa, realmente, nossa espécie ta numa carência!!!menina, é um desespero de causa, isso vem inflamar ainda mais o ego de um leão..carnívoro!! e competente no abate! não precisa nem "caçar" - as caças vem pra ele, de mão beijada, ele realmente é um sortudo!!!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O nada óbvio romance de Leo, Gata e Aranha



Peço licença para Alice para contar a história de Léo, D.Gata e D.Aranha. Sim, acertou quem pensou que era uma história ecológica. Leo era uma eremita que tinha em seu território tudo o que queria: lar, amigos bichos, natureza e paz. D.Aranha tecia uma aranha gigantesca a fim de aprisionar e proteger Leo dele mesmo, ao que chamava amor. E D.Gata era uma mulher de muitos amantes, e alguns amores, Leo foi um deles.

Leo e D.Gata se conhecem a mille anni, ainda eram jovens, ambos casados, e cheios de excitação de viver. Dos despretensiosos primeiros contatos, nascera uma parceria de trabalho, que se transformaria em amizade e admiração e, que por fim acabaria em um tórrido romance que fazia com que eles se quisessem sempre, cada vez mais, não importando os anos, se eram casados, se estavam fugidos. Só queriam estar juntos em camas quentes e/ou deliciosos almoços.

Mas Leo era casado, mais do que casado, ele tinha um pacto com D.Aranha, um mal necessário que o protegia dos seus instintos mais animais, e com isso se enredava cada vez mais nas teias que ela tão bem tecia. E durante todo esse tempo, que já não eram contados em anos e sim em encontros memoráveis, eles continuavam se querendo. Já não eram tão jovens, já separaram e casaram novamente, D.Gata partira e D.Aranha respirava mais aliviada. Contudo, a paixão que sentiam os impeliam a ficar juntos. A tranquilade, pacto dos amantes, foi posta à prova.
Após todos esses anos D.Aranha adquirira faro para gatos e Leo foi ficando cada vez mais preso nas teias que tudo sabia, celular? E-mail? Nada passava pela elaborada teia tecida sem que ela soubesse.
O conflito estava armado.
Cada vez mais difíceis de aconteceram, os encontros iam da expectativa que os consumia e precediam à frustração do desencontro, o que os torturava.

Embora D.Gata soubesse que Leo não era fiel e que dedicava atenções especiais à esposa e às outras amantes, ela estava impaciente para encontrá-lo, não queria entrar na teia, mas continuava querendo Leo.

Leo que sabia que D.Gata nunca o colocaria em risco, que ela era seu porto seguro, sua paz e seu gozo mais querido e sentido, aguardava cenas dos próximos capítulos, enclausurado em seu castelo ricamente tecido e protegido por uma D.Aranha que subia pelas paredes a cada miado ouvido ou pressentido.

Chegara a hora de dizer adeus, D.Gata sabia, Leo sabia e D.Aranha continuava subindo pelas paredes.
Foi um adeus frio, distante, através de mensagens que até hoje estão presas em teias de intrigas tecidas pela Aranha.

Melhor assim, pensou Leo.

terça-feira, 1 de setembro de 2009




While My Guitar Gently Weeps


by George Harrison


I look at you all
See the love there that's sleeping
While my guitar gently weeps

I look at the floor
And I see it needs sweeping
Still my guitar gently weeps

I don't know why nobody told you
How to unfold your love
I don't know how someone controlled you
They bought and sold you

I look at the world
And I notice it's turning
While my guitar gently weeps

With every mistake
We must surely be learning
Still my guitar gently weeps

I don't know how you were diverted
You were perverted too
I don't know how you were inverted
No one alerted you

I Look at you all
See the love there thats sleeping
While my guitar gently weeps

I Look at you all
Still my guitar gently weeps...


Presente de um amigo sensível e encantador, num momento perfeito.

Traduzindo....


Embora a minha guitarra suavemente chora

Eu olho pra todos vocês
Vejo o amor adormecido
Embora a minha guitarra suavemente chora


Eu olho para o chão
E vejo que precisa varrer
Ainda minha guitarra suavemente chora

Não sei por que razão ninguém lhe disse
Como se desdobrar seu amor
Não sei como alguém controla você
Eles compram e vendem você

Eu olhar para o mundo
E eu aviso que está girando
Embora a minha guitarra suavemente chora

A cada erro
Precisamos certamente aprender
Ainda minha guitarra suavemente chora

Olhe para todos vocês
Olhe para todos vocês
Olhe para todos vocês
Olhe para todos vocês

Não sei como você foi desviado
Você também foi pervertido
Não sei como você foi invertido
Ninguém lhe alertou

Olhe para todos vocês
Ainda minha guitarra suavemente chora

Olhe Olhe para todos vocês
Olhe para todos vocês
Olhe para todos vocês
Olhe para todos vocês
Ainda minha guitarra suavemente chora

domingo, 30 de agosto de 2009


O encontro daqueles dois foi explosivo, não só pela excitação que sentiram como também pelo álcool que haviam consumido. Quando Alice se deu conta estava aos beijos com Augusto, ali no meio de um bar quase vazio, cercada de amigos, na finaleira da noite. Dos beijos as carícias foi um pulinho e só não chegaram as vias de fato porque provocaram uma pane no carro último tipo de Augusto, fazendo com que a noite terminasse numa carona vexatória acompanhados de mais seis amigos solidários em um modelo POP, o que renderia muitas histórias e risadas por um bom tempo.
Ambos sabiam que certamente se encontrariam novamente, a qualquer momento, pois moravam no mesmo bairro, freqüentavam o mesmo lugar e tinham amigos afins.
Nesse hiato de tempo Alice começou imaginar várias cenas desse rencontro, como seria ficar cara a cara e de cara com Augusto, já que nenhum dos dois procurara alguma forma de contato depois deste episódio.
Em Alice se instalou uma curiosidade e certa ansiedade mental, que formavam um caleidoscópio de possibilidades, em um pólo concluiriam o que começaram, embora Alice não soubesse se era isso mesmo que queria, de outro sem o efeito de várias doses as coisas poderiam mudar completamente de conceito,já que a velha piada do efeito das pessoas depois de algumas doses era uma verdade óbvia...e, entre esses pólos imaginara diversas nuances de fantasias que acalentaram algumas de suas noites solitárias.
Chegara enfim a lua nova e junto com ela, o momento da descoberta.
De cara Alice esperou o momento em que ele entraria pela porta, e à sua entrada Alice logo sentiu o clima de constrangimento que surgira entre os dois, sem falar que eram o alvo daqueles seis amigos, lembram da carona?
Mal se cumprimentaram e cada um seguiu a noite em um canto, numa festa diferente, de vez em quando os olhares se encontravam, mas nenhum dos dois se moveu ou tomou uma atitude em direção ao outro.
Certamente esses dois estão até agora digerindo esse episódio, sabendo que teriam um próximo encontro e que nenhum dos dois conseguiria prever que estava para acontecer.