terça-feira, 22 de setembro de 2009



MULHER SEM RAZÃO

Saia desta vida de migalhas
Desses homens que te tratam
Como um vento que passou

Caia na realidade, fada
Olha bem na minha cara
Me confessa que gostou
Do meu papo bom
Do meu jeito são
Do meu sarro, do meu som
Dos meus toques pra você mudar

Mulher sem razão
Ouve o teu homem
Ouve o teu coração
Ao cair da tarde
Ouve aquela canção
Que não toca no rádio

Pára de fingir que não repara
Nas verdades que eu te falo
Dê um pouco de atenção

Parta, pegue um avião, reparta
Sonhar só não dá em nada
É uma festa na prisão

Nosso tempo é bom
E nem vemos de montão
Deixa eu te levar então
Pra onde eu sei que a gente vai brilhar

Mulher sem razão
Ouve o teu homem
Ouve o teu coração
Batendo travado
Por ninguém e por nada
Na escuridão do quarto

Ouve o teu coração
Ao cair da tarde
Ouve aquela canção
Que não toca no rádio

O encontro nada óbvio


René Magritte-Os Amantes 1928


Nada aconteceu como nos melhores prognósticos de Alice. Embora soubesse que estava lidando com outro tipo de homem daqueles a que estava acostumada a lidar e podemos até dizer, jogar, Raul era diferente, infinitamente diferente.

Depois de conversarem e trocarem e-mails que os instigava intelectualmente, em menos de uma semana partiram para o encontro.

Depois de alguns desencontros e atrasos estavam frente a frente, ela inquieta, toda produzida e excitada. Ele já meio alto e cansado das maratonas profissionais e sexuais da semana, não deixou transparecer em nenhum momento o que se passava na sua cabeça.

Dos planos que haviam traçado, só o sexo prometido, intenso e selvagem aconteceu. Embora Alice tentasse se convencer que era assim mesmo, que as promessas nem sempre são possíveis de se concretizarem, uma pontinha de decepção se instalou aí. E daí pra frente não conseguiu mais ficar a vontade, perdeu sua espontaneidade e criou uma leve barreira, que não permitia que ela se mostrasse de forma efetiva.

Raul era um cidadão do mundo, possuía uma vasta cultura, tão grande quanto seu círculo de namoradas e amantes. Lindo, descolado e incrivelmente charmoso, apesar de tratá-la com toda consideração e educação, não conseguia deixar transparecer nem seu agrado, nem seu desagrado. Ele era tudo que qualquer mulher pedira num homem, solteiro, inteligente, charmoso, culto e altamente sexual, mas ele não a emocionara. O que houvera entre os dois, foi um encontro entre macho e fêmea, onde, claro, houve alguma troca intelectual, mas basicamente foi um encontro de instintos.

Uma estranha sensação tomou conta de Alice, procurava respostas e não as encontrava. Não queria ficar só nas subjeções que lhe inquietavam, e a deixava mais confusa ainda, mas era só o que tinha.

Alice optou então, em tomar o caminho inverso a todos que já havia tomado. Decidiu pelo mais fácil, deixar as coisas acontecerem no seu próprio tempo, sem sua interferência, e para ela, deixar-se levar sem ditar regras e formas, era um exercício novo e intrigante.

Mais uma vez Alice se deparou com o nada óbvio cotidiano dos amantes. Onde todas as probabilidades apontam para um rumo e a vida os leva pra outro.

Desejo!
Nem sempre o óbvio para os amantes
é visto como algo previsível
As falas todas decoradas do amor
O brega é o exílio dos amantes
dois corpos com massa se atraem
na razão direta de suas massas

pequenasdosesdoreal.blogspot.com

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Adorei a descrição... sim Leo é um caçador nato... por isso é Leo
E se é Leo... não é ele que tece...
D.Aranha tece com esmero e cuidado, cerca, protege e alimenta, é essa a sua maior qualidade, mas com isso Leo não se transforma em sua vítima, Leo acabaria com a teia com uma patada só...ou um urro mais forte, bastaria querer.
Quanto a Gata, essa não se ilude, só foi passear em outros telhados, mais acessíveis e a sua disposição... quanto à solidão, gatos são assim... gostam de ser donos de si mesmos. E assim vão se conhecendo e aperfeiçoando seu faro. E quando sentem cheiro de perigo ficam espertos.
O ecossistema ficará bem melhor sem os miados, quanto às caças de Leo, essas nem uma Gata nem uma Aranha tem o poder de impedir.

Sorte !

Com a palavra D.Aranha

Não se preocupe com a jaula - o grande Leão, é livre, leve e solto! sempre faz o que quer e se não foi pra cama desta vez, ponderou - que não valeria a pena, como disse nesta data....outras virão...então recuperará, por que para o Leo, tudo é carne, ele precisa é de muita carne, já nem se importa com qualidade, uns anos pra cá, quer quantidade!!! e ofertas, nossa, realmente, nossa espécie ta numa carência!!!menina, é um desespero de causa, isso vem inflamar ainda mais o ego de um leão..carnívoro!! e competente no abate! não precisa nem "caçar" - as caças vem pra ele, de mão beijada, ele realmente é um sortudo!!!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O nada óbvio romance de Leo, Gata e Aranha



Peço licença para Alice para contar a história de Léo, D.Gata e D.Aranha. Sim, acertou quem pensou que era uma história ecológica. Leo era uma eremita que tinha em seu território tudo o que queria: lar, amigos bichos, natureza e paz. D.Aranha tecia uma aranha gigantesca a fim de aprisionar e proteger Leo dele mesmo, ao que chamava amor. E D.Gata era uma mulher de muitos amantes, e alguns amores, Leo foi um deles.

Leo e D.Gata se conhecem a mille anni, ainda eram jovens, ambos casados, e cheios de excitação de viver. Dos despretensiosos primeiros contatos, nascera uma parceria de trabalho, que se transformaria em amizade e admiração e, que por fim acabaria em um tórrido romance que fazia com que eles se quisessem sempre, cada vez mais, não importando os anos, se eram casados, se estavam fugidos. Só queriam estar juntos em camas quentes e/ou deliciosos almoços.

Mas Leo era casado, mais do que casado, ele tinha um pacto com D.Aranha, um mal necessário que o protegia dos seus instintos mais animais, e com isso se enredava cada vez mais nas teias que ela tão bem tecia. E durante todo esse tempo, que já não eram contados em anos e sim em encontros memoráveis, eles continuavam se querendo. Já não eram tão jovens, já separaram e casaram novamente, D.Gata partira e D.Aranha respirava mais aliviada. Contudo, a paixão que sentiam os impeliam a ficar juntos. A tranquilade, pacto dos amantes, foi posta à prova.
Após todos esses anos D.Aranha adquirira faro para gatos e Leo foi ficando cada vez mais preso nas teias que tudo sabia, celular? E-mail? Nada passava pela elaborada teia tecida sem que ela soubesse.
O conflito estava armado.
Cada vez mais difíceis de aconteceram, os encontros iam da expectativa que os consumia e precediam à frustração do desencontro, o que os torturava.

Embora D.Gata soubesse que Leo não era fiel e que dedicava atenções especiais à esposa e às outras amantes, ela estava impaciente para encontrá-lo, não queria entrar na teia, mas continuava querendo Leo.

Leo que sabia que D.Gata nunca o colocaria em risco, que ela era seu porto seguro, sua paz e seu gozo mais querido e sentido, aguardava cenas dos próximos capítulos, enclausurado em seu castelo ricamente tecido e protegido por uma D.Aranha que subia pelas paredes a cada miado ouvido ou pressentido.

Chegara a hora de dizer adeus, D.Gata sabia, Leo sabia e D.Aranha continuava subindo pelas paredes.
Foi um adeus frio, distante, através de mensagens que até hoje estão presas em teias de intrigas tecidas pela Aranha.

Melhor assim, pensou Leo.

terça-feira, 1 de setembro de 2009




While My Guitar Gently Weeps


by George Harrison


I look at you all
See the love there that's sleeping
While my guitar gently weeps

I look at the floor
And I see it needs sweeping
Still my guitar gently weeps

I don't know why nobody told you
How to unfold your love
I don't know how someone controlled you
They bought and sold you

I look at the world
And I notice it's turning
While my guitar gently weeps

With every mistake
We must surely be learning
Still my guitar gently weeps

I don't know how you were diverted
You were perverted too
I don't know how you were inverted
No one alerted you

I Look at you all
See the love there thats sleeping
While my guitar gently weeps

I Look at you all
Still my guitar gently weeps...


Presente de um amigo sensível e encantador, num momento perfeito.

Traduzindo....


Embora a minha guitarra suavemente chora

Eu olho pra todos vocês
Vejo o amor adormecido
Embora a minha guitarra suavemente chora


Eu olho para o chão
E vejo que precisa varrer
Ainda minha guitarra suavemente chora

Não sei por que razão ninguém lhe disse
Como se desdobrar seu amor
Não sei como alguém controla você
Eles compram e vendem você

Eu olhar para o mundo
E eu aviso que está girando
Embora a minha guitarra suavemente chora

A cada erro
Precisamos certamente aprender
Ainda minha guitarra suavemente chora

Olhe para todos vocês
Olhe para todos vocês
Olhe para todos vocês
Olhe para todos vocês

Não sei como você foi desviado
Você também foi pervertido
Não sei como você foi invertido
Ninguém lhe alertou

Olhe para todos vocês
Ainda minha guitarra suavemente chora

Olhe Olhe para todos vocês
Olhe para todos vocês
Olhe para todos vocês
Olhe para todos vocês
Ainda minha guitarra suavemente chora